Artigos

CEDESA Note nº 1

Invitation to investors: The metals needed for the energy transition exist in Angola

The transition to clean energy needed to avert the worst effects of climate change could trigger an unprecedented demand for metals in the coming decades, requiring up to 3 billion tonnes.

A typical electric vehicle battery, for example, needs about 8 kilograms of lithium, 35 kilograms of nickel, 20 kilograms of manganese and 14 kilograms of cobalt, while charging stations require substantial amounts of copper. For green energy, solar panels use large amounts of copper, silicon, silver and zinc, while wind turbines require iron ore, copper and aluminum[1].

Metal prices have already seen large increases as economies reopen, highlighting a critical need to look into what could constrain production and delay supply responses.

Analyzes of the current production of metals worldwide seem to indicate a gap of 30 to 40% of supply versus demand, meaning that it will be necessary to increase world production.

It is here that Angola may have a new economic opportunity by relaunching the exploration, which will essentially be dormant, for metals. If we look at it, the country has an immensity of metals. The first one is iron, which in the past was heavily exported. Significantly, from the second half of the 1950s to 1975, iron ore was extracted in the provinces of Malanje, Bié, Huambo and Huíla, and several million tons were produced. The civil war naturally disrupted this activity and then the crash in world prices. But everything indicates that currently, the context is different and could be used by the Angolan authorities to promote more investments in ferrous mining.

In relation to the other key metals for the energy transition, it should be noted that Angola has potential for manganese, copper, gold, lead, zinc, tungsten, tin, among others.

Cobalt also appears to be abundant in Angola. A recent study concluded that the copper and cobalt region of Zambia and the Democratic Republic of Congo extends into Angolan territory by at least 116,000 square kilometres. Apparently, the magnetic anomalies detected by the study favourable signs of prospecting metallic and non-metallic minerals such as iron, diamonds, copper, manganese, titanium, zinc, lead, bauxite and even radioactive minerals and phosphates[2].

This results in an obvious conclusion. Angola is very well placed to take advantage of the exploration of metals necessary for the energy transition. Now investments have to come.


[1] Nico Valckx, Martin Stuermer, Dulani Seneviratne and Ananthakrishnan Prasad, Metals Demand From Energy Transition May Top Current Global Supply, FMI, 2021, https://blogs.imf.org/2021/12/08/metals-demand-from-energy-transition-may-top-current-global-supply/?utm_medium=email&utm_source=govdelivery

[2] Cfr. http://www.sigame-cplp.com/noticias/angola-tem-grandes-depositos-de-cobre-e-cobalto.html

Nota CEDESA nº1

Convite aos investidores: os metais necessários para a transição energética existem em Angola

A transição para a energia limpa necessária para evitar os piores efeitos da mudança climática pode desencadear uma procura de metais sem precedentes nas próximas décadas, exigindo até 3 mil milhões de toneladas.

Uma bateria típica de um veículo elétrico, por exemplo, precisa de cerca de 8 quilogramas de lítio, 35 quilogramas de níquel, 20 quilogramas de manganês e 14 quilogramas de cobalto, enquanto as estações de carregamento requerem quantidades substanciais de cobre. Para a energia verde, os painéis solares usam grandes quantidades de cobre, silício, prata e zinco, enquanto as turbinas eólicas requerem minério de ferro, cobre e alumínio[1].

Os preços dos metais já tiveram grandes aumentos com a reabertura das economias, destacando uma necessidade crítica de analisar sobre o que pode restringir a produção e atrasar as respostas de fornecimento.

As análises sobre a presente produção de metais a nível mundial parecem indicar um gap de 30 a 40% da oferta face à procura querendo isto dizer que será preciso aumentar a produção mundial.

É aqui que Angola pode ter uma nova oportunidade económica ao relançar a exploração, que estará essencialmente adormecida, de metais. Se repararmos, o país tem uma imensidão de metais. O primeiro deles é o ferro, que no passado foi muito exportado. Sensivelmente, desde a segunda metade da década de 1950 a 1975, o minério de ferro foi extraído nas províncias de Malanje, Bié, Huambo e Huíla, e vários milhões de toneladas produzidas. A guerra civil naturalmente perturbou essa atividade e depois a quebra dos preços mundiais. Mas tudo indica que atualmente, o contexto é outro e poderá ser aproveitado pelas autoridades angolanas para promover mais investimentos na mineração ferrosa.

Em relação aos restantes metais fulcrais para a transição energética, há que referir que Angola tem potencial para o manganês, cobre, ouro, chumbo, zinco, tungstênio, estanho, entre outros.

O cobalto também parece abundar em Angola. Um recente estudo concluiu que a região com cobre e cobalto da Zâmbia e da República Democrática do Congo estende-se até ao território angolano em pelo menos 116 mil quilómetros quadrados. Aparentemente, as anomalias magnéticas detetadas pelo estudo evidenciam sinais favoráveis de prospeção de minerais metálicos e não-metálicos tais como ferro, diamantes, cobre, manganês, titânio, zinco, chumbo, bauxite e ainda minerais radioativos e fosfatos[2].

Daqui resulta uma conclusão óbvia. Angola está muito bem situada para aproveitar a exploração de metais necessários para a transição energética. Agora têm de surgir os investimentos.


[1] Nico Valckx, Martin Stuermer, Dulani Seneviratne and Ananthakrishnan Prasad, Metals Demand From Energy Transition May Top Current Global Supply, FMI, 2021, https://blogs.imf.org/2021/12/08/metals-demand-from-energy-transition-may-top-current-global-supply/?utm_medium=email&utm_source=govdelivery

[2] Cfr. http://www.sigame-cplp.com/noticias/angola-tem-grandes-depositos-de-cobre-e-cobalto.html