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CEDESA Note nº2

The Global Gateway initiative of the European Union and Angola: seize the opportunity now

The European Union (EU) has recently unveiled its Global Gateway project, seen as a European alternative to China’s Belt and Road Initiative (BRI).

The Global Gateway is a €300 billion infrastructure spending plan that aims to boost EU supply chains and trade around the world.

The difference that the EU intends to emphasize compared to the Chinese model of BRI, is that on the European side it will not grant loans, but promote public and private investments, presenting what it considers to be transparent and more favorable financing, especially for developing countries.

The Global Gateway aims to be a more modern version of BRI, focusing on investments in future-oriented and environmentally responsible projects in the digital, healthcare, education, scientific research, renewable energy and other sectors.

It is clear that Africa, and in this, among others, Angola is the logical target of this EU initiative, as it is also where a good part of the Chinese influence through the BRI can be verified. The European Commission does not mention the African market as a priority goal, but it is logical that it should be, as it was the arrival of Chinese financing that most harmed European companies, which often lost market share. And Angola served as a model for the intervention of China in Africa, through the establishment of the so-called “Angolan model”.

The Angolan authorities will have every interest in contacting those responsible for this European Union program to be the first to develop a solid partnership that promotes investments in three fundamental areas for Angola: renewable energies, education and health.

Eventually, the great qualitative leap that one wants to take in Angolan education could be the first bet of this European project. The EU could be the major funder of the qualification of universities and scientific research in Angola, since it is a soft power supporter, and it would be an area in which it has an extremely favorable competitive advantage, easy to the alleged Chinese competition.

On the other hand, an immediate approach by Angola to implement the program will allow the assessment of the seriousness and commitment of the European Union in this program, verifying that it is not a mere advertisement for propaganda purposes, as many claim.

In conclusion, immediate Angolan action is strongly recommended to benefit from the Global Gateway in the area of ​​education.

Nota CEDESA nº2

A iniciativa Global Gateway da União Europeia e Angola: aproveitar já a oportunidade

A União Europeia (UE) revelou, recentemente, o seu projeto Global Gateway, encarado como uma alternativa europeia para Belt and Road Initiative (BRI) da China.

O Global Gateway é um plano de 300 mil milhões de euros de despesas em infraestruturas que pretende incrementar as cadeias de abastecimento da UE e o comércio em todo o mundo.

A diferença que a UE pretende sublinhar face ao modelo chinês da BRI, é que do lado europeu não se vai conceder empréstimos, mas promover investimentos públicos e privados, apresentando aquilo que considera um financiamento transparente e mais favorável, especialmente para os países em desenvolvimento.

O Global Gateway quer ser uma versão mais moderna do BRI, com foco em investimentos em projetos voltados para o futuro e ambientalmente responsáveis ​​nos setores digital, saúde, educação, investigação científica, energias renováveis e outros.

É evidente que África, e nesta, entre outros, Angola é o alvo lógico desta iniciativa da UE, pois é também onde se verifica uma boa parte da influência chinesa através do BRI. A Comissão Europeia não cita o mercado africano como objetivo prioritário, mas é lógico que o seja, pois foi a chegada de financiamentos chineses que mais prejudicou as empresas europeias, que muitas vezes perderam quota de mercado. E Angola serviu de modelo para a intervenção de China em África, através do estabelecimento do chamado “modelo Angolano”

As autoridades angolanas terão todo o interesse em se colocar em contacto com os responsáveis por este programa da União Europeia para serem as primeiras a desenvolver uma parceria sólida que promova investimentos em três áreas fundamentais para Angola: as energias renováveis, a educação e a saúde.

Eventualmente, o grande salto qualitativo que se quer dar na educação angolana poderia ser a primeira aposta deste projeto europeu. A UE poderia ser a grande financiadora da qualificação das universidades e da investigação científica em Angola, uma vez que é uma adepta do soft power, e seria uma área em que tem uma vantagem competitiva extremamente favorável fácil à alegada concorrência chinesa.

Por outro lado, uma abordagem imediata de Angola para implementação do programa permitirá aferir da seriedade e empenho da União Europeia neste programa, verificando que não se trata de um mero anúncio para efeitos propagandísticos, como muitos alegam.

Em conclusão, recomenda-se vivamente a ação imediata angolana para beneficiar do Global Gateway na área da educação.